quinta-feira, 19 de julho de 2012

Megaron Txukarramãe sob ameaça

Para um líder indígena experimentado como Megaron Txukarramãe, ser ameaçado por fazendeiros, madeireiros, garimpeiros e gente dessas laias nunca foi motivo de maiores preocupações. Sua postura de enfrentamento aos inimigos dos índios sempre teve um ar de ousadia e coragem fria, própria de guerreiro e líder.

Pois não é por isso que Megaron corre perigo. O perigo vem da própria FUNAI, dos acólitos da administração passada que lançaram um processo administrativo disciplinar contra Megaron e, ao ser condenado, o exoneraram do cargo de chefe da administração regional de Colíder. Os Kayapó protestaram, seu tio Raoni levantou sua voz e exigiu que o presidente da FUNAI e a presidente Dilma anulassem a exoneração. Raoni foi chamado e veio conversar com o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho. Isso em dezembro do ano passado.

Enrolaram Raoni e Megaron, e sua exoneração permaneceu. Os Kayapó engoliram a desfeita e daí por diante pouco têm procurado a FUNAI para assisti-los em suas necessidades básicas de assistência. Ao contrário, estão sendo ajudados por associações outras, para vergonha do órgão indigenista.

Mas o que está por vir é terrível, pior do que tudo. O processo contra Megaron foi levado adiante e está sendo envolucrado para provocar a demissão de Megaron de sua função de indigenista, de funcionário público da FUNAI, que é há mais de 30 anos, por justa causa ou até a bem do serviço público!

Os amigos indigenistas de Megaron estão tentando de todos os modos parar esse descalabro institucional. Escreveram uma carta à presidente da FUNAI alertando-a do que está acontecendo e pedindo uma audiência para que o caso seja revisto.

A demissão do serviço público de Megaron constituiria uma tragédia do indigenismo brasileiro. Ou melhor, do tipo de indigenismo que vem sendo praticado nos últimos sete anos. É uma desfeita ao homem Megaron e uma desonra a um índio que representa um dos esteios da dignidade indígena brasileira. É uma desonra para a FUNAI e para todos os servidores do órgão, que são colegas de Megaron e sabem o quanto ele lutou e se sacrificou para manter a presença do Estado, da FUNAI, junto aos Kayapó.

Se esse processo não for anulado imediatamente, a conspurcação do nome da FUNAI será total. Representará sua incapacidade de dar aos índios o direito e a oportunidade de gerir seu destino, dentro da institucionalidade do estado brasileiro.

3 comentários:

Anônimo disse...

grande MEGA, MEGA, MEGARON,guerreiro Homem bom, muita sacanagem o que estão fazendo com ele, a própria FUNAI deu corda para ele se enforcar, colocando-o para gerenciar recursos orçamentarios sob o poder de ser gestor financeiro na CR Colider, a capacidade do MEGA não era pra ficar ali analisando processos licitatorios, empenhos e pagamentos e outras burrocras, mas sim, gerir a politica indigenista aos parentes de sua jusrisdição e outros mais que ele ajudou Brasil a fora..Enfim ele caiu nesta ratoeira, assim como outros indigenas que atualmente estão administrando alguma CR porai...Um exemplo claro é o do coordenador regional de TAPAJÓS que é indigena Mundurucu, pois a presidencia da FUNAI nomeou(DAS) uma pessoa vinda de Mato Grosso para ajuda-lo, pessoa esta que nada produziu na CR em MT, preguisoso , desidioso, maldoso e de fé duvidosa na relação de coleguismo... E foi isso que aconteceu com o MEGA, nomeou pessoas(que ele axava que era de confiança e competente) para assessorá-lo, porem o que restou foi os PAD's para o MEGA... TE CUIDA AMIGO MUNDURUCU COORDENADOR DA CR TAPAJOS, PRESENTE AMARGUIAVÉLICO-OFÍDICO QUE VOCE RECEBEU DE MATO GROSSO...BOA SORTE a SAW e outros coordenadores indios.

Anônimo disse...

Pois é isso o que esta acontecendo em todo o Brasil, quem se posicionou contra o Decreto 7056, esta correndo sério risco de responder Processos Administrativos, e serem penalizados com demissão.Agora o pior esta acontecendo colocam gente sem nenhum preparo para conduzir estes processos sem a minima condições de conhecimentos e que são facilmente direcionados a prejudicarem os colegas de trabalho, é uma verdadeira farra de diárias para estes membros de comissões, esperamos que a Justiça de um basta nestas ações maquiavélicas que esta acontecendo contra os servidores da FUNAI.

Anônimo disse...

Reparem como o mentecapto e inexpressivo antropólogo josé augusto laranjeiras sampaio que atende pela alcunha de "guga" trata com menosprezo a terrível situação de perseguição vivida por Megaron Txucarramãe.

anaindi@yahoogrupos.com.br
José Augusto Laranjeiras Sampaio gugasampaio56@gmail.com

"A petição não me parece clara quanto aos motivos da suposta
"perseguição".

Exoneração de cargo de confiança é matéria de arbítrio exclusivo da
autoridade a que cabe a nomeação.

Confio no discernimento da Presidência da Funai para dar sequência ou
não, de modo justo e sem pressões, aos processos contra o Senhor
Megaron.

Por isso não assino e não recomendo a assinatura da petição."

Cordialmente,

José Augusto Sampaio
Antropólogo

24 de julho de 2012 08:59

 
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