sábado, 22 de agosto de 2009

Apolima-Arara protestam na Funai de Rio Branco

Há duas semanas lideranças do povo Apolima-Arara, da região de Marechal Taumaturgo, estão acampadas em frente à sede da Funai, em Rio Branco, AC, esperando a assinatura da portaria de demarcação de sua terra.

Mais índios são esperados hoje. A questão dessa terra indígena é complicada. Os Apolima-Arara foram reconhecidos como indígenas só depois que foram retirados da terra dos índios Kampa, do rio Amônea, por ocasião da demarcação daquela terra indígena. Eles desceram o rio e se localizaram numa área que já estava parcialmente tomada por posseiros e madeireiros. Daí a complicação.

Segundo informações da Funai, o ministro Tarso Genro prometeu assinar a portaria de demarcação. É ver para crer.

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Cerca de 80 indígenas ocupam sede da Funai em Rio Branco

22 de agosto de 2009

Fonte: Portal Amazônia, com informações do Cimi


MANAUS - Indígenas do povo Apolima-Arara estão acampados na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Rio Branco, Acre, desde 12 de agosto. Ontem (21), um grupo de 20 pessoas deve chegar para fazer parte da mobilização somando cerca de 80 indígenas.

Os manifestantes exigem a imediata publicação da portaria que declara a terra Arara do Amônia como tradicionalmente ocupada pelos indígenas. Outra reivindicação é a nomeação de um novo administrador da Funai local.

Desde o início de agosto o antigo administrador foi exonerado e até agora o órgão indigenista está sem administração. A última informação que os indígenas receberam é a de que o Ministro da Justiça, Tarso Genro, deveria assinar a portaria declaratória nesta quinta-feira (20). Cerca de dez povos diferentes estão presentes na manifestação.

Os Apolima-Arara vieram de sua terra localizada no Município de Marechal Thaumaturgo, vale do Juruá, distante mais de mil quilômetros da capital do Acre. A viajem até Rio Branco demorou cerca de dez dias. Eles se deslocaram por meio de canoas, barcos, carona em caminhão e, finalmente, andaram um grande trecho a pé.

Francisco Arara, cacique do povo Arara e um dos líderes da mobilização, destaca a insatisfação do povo e a urgência dessa portaria declaratória. “Nós precisamos dessa portaria para termos paz. Recebemos ameaças constantes de posseiros, caçadores e madeireiros. Dentro de nossas terras, temos lagos e nem podemos pescar porque sempre somos ameaçados”, diz.

O cacique ressalta que com a portaria, fica mais fácil proteger a terra. “Se regularizarem a nossa terra, não vamos deixar que façam extração ilegal de madeira ou mesmo caça predatória”, ressalta. Sobre as ações predatórias na área, várias denúncias foram feitas, mas, infelizmente, nenhuma medida foi tomada pelos órgãos responsáveis até o momento.

Luta antiga

A luta pela demarcação da terra indígena Arara do Amônia já se estende por mais de nove anos. Durante esse tempo muitos conflitos aconteceram na área e continuam acontecendo. Segundo o cacique Francisco Arara, eles não sairão da sede da Funai enquanto não for publicada a portaria declaratória. “Já temos o apoio de outros povos também insatisfeitos e que vão se juntar à luta”.

Dia 12, eles foram recebidos pelo administrador substituto, Julio Barbosa, que se prontificou em encaminhar um documento para a Funai em Brasília pedindo que ela acelere o processo e converse com o Ministro da Justiça. Além de acamparem na Funai, os índios esperam ser ouvidos pelo Ministério Público Federal. (RC)

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