sexta-feira, 27 de junho de 2008

Índia Xavante paralítica é estuprada dentro da Casa do Índio


Uma jovem índia Xavante foi levada ao Hospital Universitário de Brasília na terça-feira, dia 24, com sangramento e fortes dores abdominais. Lá descobriu-se que havia sido estuprada e empalada com um instrumento de perfuração.

A menina Xavante tinha 16 anos e era paralítica desde que sofrera uma meningite na infância. Também tinha problemas neurológicos e não falava. Estava na Casa do Índio em Brasília desde fins de maio para tratamento. A Casa do Índio é responsabilidade da Funasa, para onde vêm os índios da região centro-oeste que precisam de tratamento especial.

A menina Xavante morreu quando os médicos tentavam sanar o estrago. Sofreu duas paradas cardíacas e não suportou.

Que dizer de tudo isso? A Funasa desconversa, diz que havia 56 pessoas na Casa do Índio naquela ocasião. Como, e ninguém viu nada?

Já a direção da Funai declarou no primeiro momento que, como a violência foi individual e não coletiva, contra a "etnia" Xavante, não vai fazer nada. Ora, está esperando que o caso seja considerado etnocídio para agir? É uma simples vida humana, mas é uma vida humana! Depois, quando os jornais e a opinião pública reagiram contra essa falta de humanidade, a direção disse que fora uma "fatalidade" e que a Polícia Federal fora convocado pelo ministro da Justiça para investigar o caso.

Não sei o que o presidente Lula está esperando para agir. A Funasa vai continuar falhando nos aspectos humanistas e indigenistas, os índios vão continuar sofrendo e sendo joguetes de interesses. Será que o presidente está esperando o advento de uma catástofre para mudar a Funasa?


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Jovem indígena foi vítima de violência sexual, afirma delegado

Karina Cardoso
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Valter Campanato/ABr

Brasília - O delegado-chefe da 2ª delegacia de polícia do Distrito Federal, Antônio José Romeiro, responsável pelas investigações do caso da jovem indígena que morreu ontem (25) no Hospital Universitário de Brasília (HUB), afirmou hoje (26) que a adolescente foi vítima de violência sexual.

“Ela realmente sofreu violência sexual que causou sua morte. Nós temos um caso de homicídio qualificado, além do estupro e do atentado violento”, afirmou Romeiro. A indígena Xavante, de 16 anos, morreu ao meio-dia de ontem (25) no HUB, após uma cirurgia. A adolescente teve duas paradas cardíacas e não resistiu.

Segundo o delegado, a jovem sofreu perfuração no órgão genital e a cirurgia foi uma tentativa de reverter a situação.

O delegado garante, ainda, que o crime aconteceu dentro da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do Distrito Federal, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A garota tinha lesão neurológica - não falava e se locomovia por meio de cadeira de rodas – e estava em Brasília para tratamento médico desde o dia 28 de maio. De acordo com o delegado, a Casai também será investigada. “Os exames indicam que o caso ocorreu entre 24 e 48 horas [antes da morte], período no qual ela se encontrava na Casa de Apoio", afirmou.

"Nós não temos nenhuma dúvida de que a violência ocorreu na Casa de Apoio, e é lá que vamos investigar”, completou. A Funasa informou, por meio de nota, que “na Casai, a Funasa mantém serviço de vigilância 24 horas. No dia que a indígena passou mal, haviam 56 pessoas entre pacientes e acompanhantes”.

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