segunda-feira, 31 de março de 2008

Ongs da Funasa em greve com a saúde dos Xavante

A Funasa vive reunindo seus técnicos para analisar a saúde indígena. Mas nas áreas a situação da saúde indígena é um desastre sobre outro.

Agora são as Ongs que têm convênio com a Funasa que resolveram entrar em greve. A saúde vai paralizar.

Querem irresponsabilidade maior do que esta!

Aí está a notícia do desastre iminente. Os Xavante não vão deixar isso passar em brancas nuvens.

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Mais de 13 mil índios em MT ficam sem assistência de saúde por greve
Redação 24HorasNews

Cerca de 200 funcionários da Ong FunSaúde iniciam nesta segunda-feira greve nos sete pólos do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) ligados à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Eles reclamam que estão sem receber salários e benefícios desde dezembro de 2007. Ao todo, os pólos de Barra do Garças, Campinápolis, Água Boa, Nova Xavantina, Primavera do Leste (Sangradouro) e Paranatinga atendem mais de 13 mil índios da etnia Xavante nas mais diversas áreas, que passam por tratamento de saúde, odontológico e assistência social.

Os funcionários pretendem manter somente 30% do funcionamento nas Casas de Saúde Indígena (Casai) e emergências e só retomarão plena atividade após negociarem com a Funasa e com a FunSaúde. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT) irá protocolar um requerimento de urgência junto à Pasta cobrando um posicionamento e o fim do atraso dos pagamentos.

A FunSaúde (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Saúde) é uma das organizações denunciadas na CPI das Ongs e é ligada a Universidade de Brasília (UnB). Recentemente, o reitor da UnB, Timothy Mulholland, foi denunciado por receber da fundação ligada a universidade cerca de R$ 470 mil para decoração de seu apartamento.

Segundo as contas apresentadas pelo Ministério público, foram gastos cerca de R$ 470 mil no apartamento. Alguns dos objetos adquiridos chamam a atenção como um abridor de latas de R$ 190,00, um saca-rolhas de R$ 859,00, três lixeiras de quase mil reais cada uma, um açucareiro de R$ 195,60, um balde de gelo R$ 499,00 e um escorredor de pratos R$ 549,89.

O presidente do Sindsep-MT, Carlos Alberto de Almeida, lembrou que o problema é mais grave do que parece, porque, além do atraso dos salários, que são de responsabilidade dessas Ongs, existem as condições precárias de trabalho, a falta do fornecimento de alimentos e medicamentos, a dificuldade de transporte, bem como a realização de exames ou tratamentos de saúde mais simples. "Isso é resultado de uma política sem clareza na prestação de contas dessas Ongs o que resulta no atraso do repasse. Para receber o recurso, a Funasa precisa aprovar o balancete, o que não vem ocorrendo porque sempre são apresentados com inúmeras irregularidades", disse Carlos.

Segundo o servidor da FunSaúde, Gilson Gonzaga, no primeiro momento a negociação só passará pelo mérito do atraso de salários, mas numa segunda etapa a falta de infraestrutura será debatida com a Funasa. Ele responsabiliza essa situação precária aos inúmeros escândalos de desvio de dinheiro e a falta de compromisso dos gestores. Há mais de um mês, a assessoria de comunicação da Funasa de Brasília foi procurada pelo Sindsep-MT para prestar esclarecimentos sobre os atrasos e a falta de condições no atendimento, mas se recusou a responder.

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