terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Quinze índios são assassinados, reconhece governo do Equador

O Equador é o segundo país da América Latina com a maior população indígena proporcional e talvez o mais bem organizado movimento indígena. Já derrubaram dois governos nos últimos 6 anos e agora estão apoiando o presidente Correa, que pretende seguir uma carreira parecida com a de Hugo Chavez.

O movimento indígena é mais forte no altiplano, onde vivem comunidades distintas, mas descendentes do período incaico. Na chamada "selva" vivem povos parecidos com os brasileiros, como os Ashuara, que também são bem estruturados politicamente. Há, ainda, alguns povos indígenas que vivem autonomamente. Um deles é o povo Waorani.

A notícia abaixo, um pouco confusa em relação aos números, diz que o governo equatoriano reconhece a matança de 15 indígenas do povo Waorani, provavelmente por madeireiros que queriam entrar em seu território, que é um parque nacional.

A notícia é dramática. Acontece que nesse parque existe também a presença de petróleo e alguns empresas, inclusive a Petrobrás, tem planos de explorar esse petróleo.

Há uma campanha bastante disseminada na mídia equatoriana e internacional sobre a defese do povo Waorani. É importante que o governo equatoriano tome as providências para punir os assassinos exemplarmente. Se não, a coisa vai estourar.

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EQUADOR RECONHECE MATANÇA DE ÍNDIOS POR MADEIREIRAS

QUITO, 18 FEV (ANSA)

O ministro coordenador de Segurança Interna e Externa do Equador, Gustavo Larrea, reconheceu hoje que índios em isolamento voluntário na selva da Amazônia sofreram uma "matança", na qual faleceram 15 pessoas, de acordo com versões de dirigentes indígenas.

O presidente da etnia Waorani, Enqueri Ehuenguime, manifestou que cerca de 15 índios foram assassinados por fazerem oposição à derrubada ilegal de cedro e outras madeiras finas dentro de seu território, na região do Parque Nacional Yasuní.

"Efetivamente houve a matança", disse o ministro Larrea à imprensa na casa presidencial.

Larrea discrepou sobre a quantidade de vítimas, pois mencionou que "a informação precisa é que se trata de cinco pessoas (assassinadas)".

O ministro acrescentou: "não conseguimos até o momento recuperar os cinco cadáveres. Esperamos que as ações de busca que começaram há quatro dias dêem resultados e possamos ter hoje ou amanhã o resgate dos corpos".

Organizações indígenas denunciaram na semana passada que ao menos cinco membros dos povos tagaeri e taromenane, ambos da nacionalidade Waorani e que estão em isolamento voluntário, morreram após ataques de madeireiros colombianos.

O ataque ocorreu entre 4 e 6 de fevereiro dentro da zona protegida do Parque Yasuní, na província de Orellana.

O governo integrou uma missão especial com delegados de vários ministérios, o Exército e a Polícia para investigar os fatos.

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