quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Índios Guarani querem retirada de igrejas de suas terras

Bem, finalmente os índios Guarani resolveram barrar a presença permanente de igrejas em suas terras. A iniciativa partiu dos índios das terras indígenas Panambizinho, com 1300 hectares, homologada em 2005, e Panambi, com 600 hectares, que está em processo de expansão.

É uma grande novidade e uma grande ousadia, já que as religiões católica, evangélica e candomblé que convertem alguns índios não têm pruridos em construir igrejas nas terras dos Guarani.

Há anos vêm fazendo isso e achando que salvarão suas almas.

Vamos ver se na Terra Indígena Dourados, onde há influência de muitas denominações religiosas, os líderes indígenas resolvem também retirar as igrejas de suas terras.

Parabéns à Funai e sua administradora em Dourados pela coragem de apoiar os índios nessa tomada de decisão. O Ministério Público também tem que estar unido nessa tentativa.

As resistências vão ser ferozes. As Igrejas não querem perder espaço e poder, além de que, são motivadas por rivalidades históricas.

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Índios protestam contra instalação de igreja em aldeia

Eles temem a perda da identidade cultural.

Funai decidiu "defender a forma tradicional" de organização dos indígenas.

Índios de Mato Grosso do Sul pedem à Fundação Nacional do Índio (Funai) a retirada das igrejas de dentro das áreas de reserva.

Parte dos índios das aldeias de Panambi e Panambizinho não quer a instalação de uma igreja na área da reserva. Eles temem a perda da identidade cultural com o estímulo a uma tradição que não faz parte dos costumes da aldeia.

Para um cacique, se uma igreja for instalada, vai ser difícil evitar que representantes de outras religiões também queiram garantir espaço na aldeia.

O assunto gerou polêmica porque um grupo de indígenas costuma freqüentar os cultos religiosos. “Nós estamos aqui e nunca saiu briga, nada, só alegria e paz no coração”, afirma o representante da igreja, Donizete Capilé.

Margarida Nicoletti, administradora regional da Funai, foi chamada para acabar com o impasse. Depois de ouvir os índios, ela tomou uma decisão. “A Funai vai trabalhar para tirar da aldeia essas religiões. Eles não estão concordando com isso. Portanto, nós vamos defender a forma tradicional de se organizarem”, diz.

A decisão da Funai não deve ficar restrita à aldeia de Panambi. As igrejas situadas na reserva indígena de Dourados (MS) também serão notificadas. Para isso, a fundação vai contar com a ajuda da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

A decisão da Funai foi baseada em uma norma que orienta a preservação da cultura indígena.

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