sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

35 índios Guarani assassinados em Mato Grosso do Sul em 2007

Dados da Funasa mostram que no ano 2007, 35 índios Guarani foram assassinados em Mato Grosso do Sul. Em 2006 esse número foi de 14. A maioria dos assassinatos são provocados por bebedeiras e os perpetradores são os próprios patrícios.

Estes não são dados do CIMI, exagerados e sem análise correta. São dados da Funasa, sem maiores considerações sobre as mortes, apenas culpando a falta de terras e o aumento das crises internas entre os índios.

Os índios têm uma versão mais ampliada. Consideram que a falta de terras é uma questão grave e importante. Mas, acham que a administração atual da Funai negligenciou na assistência, estabeleceu prioridades erradas, desmereceu o trabalho feito anteriormente, arrasou com a AER de Amambai, tirou as pessoas que estavam ajudando os Guarani. E os conflitos internos cresceram. Até a Operação Sucuri, que vinha segurando os problemas minimamente, foi desativada, para ser reativada quando os problemas aumentaram.

Fico imaginando o que estão pensando o CIMI, as Ongs e um ou outro antropólogo que vive da questão guarani, e que estão controlando a Funai na atualidade? Será que têm coragem de reconhecer seus equívocos e seu oportunismo, ao menos em nome dos índios que morreram nesse ano?

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Em 2007, 35 índios foram assassinados

Ademir Almeida / Diário MS


Protesto em Antônio João pelo assassinato de líder guarani em 2007

Os assassinatos dos índios guarani kaiowa Cleison Vasques, de 29 anos, Celestino Franco, de 62, inauguram em 2008 uma estatística que não dá sinais de redução: a das mortes violentas nas aldeias de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), o número de assassinatos nas áreas indígenas triplicou em 2007. Em 2006, houve 14 homicídios em aldeias. Entre janeiro e outubro do ano passado, foram registradas 35. Mortes ocorridas nos meses de novembro e dezembro ainda não estão no levantamento.

“Estamos enfrentando uma tendência de aumento dos homicídios que está relacionada fundamentalmente com a falta de terra das reservas, os índios estão confinados em áreas muito pequenas e desse confinamento derivam problemas como alcoolismo e consumo de drogas, que estão diretamente ligados a muitas mortes”, acredita o médico Zelik Trajber, coordenador técnico do Distrito Sanitário Indígena da Funasa em MS.

Uma das situações mais críticas está na reserva indígena de Dourados, no sul do Estado. Lá 12 mil índios vivem espremidos em 3,5 mil hectares. “Não tem mais nada do modo de vida tradicional, não há matas, não há rios, não há espaço, é um ambiente que ajuda no crescimento da violência”, diz o médico.

Para o presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza, Paulo Ângelo de Souza, a disputa fundiária alimenta a espiral da violência. “Em áreas como Nhanderu Marangatu (município de Antônio João), os crimes estão ligados ao conflito fundiário”, diz.

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