quarta-feira, 11 de julho de 2007

Índios Tumbalalá querem 50 mil hectares da beira do rio São Francisco

Essa transposição ainda está dando o que falar. Agora são os índios Tumbalalá, reconhecidos pela Funai no começo da década de 2000, que reivindicam terras na beira do rio São Francisco, um grande lote onde se fez o assentamento de mais de 500 famílias por ocasião da inundação da barragem de Itaparica.

O CIMI e a Anaí-Bahia são os principais incentivadores dessas demandas. A CHESF e o Ministério Público da Bahia vivem há anos tentando encontrar uma solução para que a Funai possa demarcar terras para essa comunidade, que só cresce, na medida em que surgem oportunidades de demanda.

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Índios tumbalalás ocupam área das obras de transposição

Cerca de 400 pessoas reivindicam a posse de uma área de 250 hectares em Curaçá, onde estão acampadas

Aproximadamente 400 índios tumbalalás ocupam desde a madrugada de ontem, uma área de 250 hectares no município de Curaçá, no norte da Bahia.

Eles reivindicam a posse da terra em uma região próxima de onde está prevista a construção de duas barragens da obra de transposição das águas do Rio São Francisco. Não houve nenhuma violência durante a ocupação e hoje uma equipe da Fundação Nacional do Índio (Funai) deve comparecer ao local para tomar conhecimento da situação.

O terreno ocupado pertence a dois fazendeiros, numa área onde antes existia a Fazenda Fernando, próximo ao Assentamento Pedra Branca. Os tumbalalá afirmam que são donos de uma área de aproximadamente 50 mil hectares, entre os municípios de Abaré e Curaçá, quase toda localizada às margens do Velho Chico e de alto valor comercial por causa do potencial agrícola.

Ontem, durante todo o dia, foi grande a movimentação de famílias inteiras chegando para montar acampamento e outras saindo para comprar mantimentos. Existem nas redondezas aproximadamente quatro mil índios e pelo menos mil devem participar do protesto. Eles avisam que só sairão da área depois de uma definição. "Nós estamos prontos para ficar por seis meses, um ano que seja. Não queremos nada de ninguém, apenas o que é nosso e está previsto na constituição", afirmou o Cacique Cícero Tumbalalá.

A reivindicação da demarcação das terras indígenas é uma pendenga antiga e já se arrasta por mais de 11 anos. Um grupo de trabalho, composto por pesquisadores, antropólogos e técnicos da Funai, está realizando estudos para identificar os verdadeiros donos da terra e confirmar o direito indígena sobre a área. "Nossa retomada vai continuar até a conclusão desta avaliação, pois temos certeza da nossa propriedade", afirmou o cacique.

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