terça-feira, 17 de julho de 2007

Índio Yanomami se recusa fazer transplante de fígado

Vejam essa matéria, trágica, sobre um índio Yanomami que se recusou a fazer um transplante de fígado. Tudo por força de sua cultura, que não aceita esse tipo de medicina.

Agora vai voltar para sua aldeia e morrer.

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Índio se recusa a receber transplante de fígado no AM

Agencia Estado

Um homem da etnia Yanomami, que estava internado desde fevereiro com cirrose hepática na Fundação Instituto de Medicina Tropical de Manaus se negou a fazer um transplante de fígado em Fortaleza (CE) marcado para amanhã e está voltando amanhã cedo para a aldeia onde mora, em Santa Isabel do Rio Negro, a 630 quilômetros de Manaus. Segundo a assessoria de comunicação da Fundação Nacional de Saúde no Amazonas (Funasa) não há como obrigar o indígena a fazer a cirurgia e que, se não realizada, ele corre risco de morte.

Ainda segundo a assessoria, foi formalizado um termo de responsabilidade para que um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o paciente, conhecido como Zico, assinassem um documento comprometendo-se com as conseqüências da interrupção do tratamento de saúde.
Segundo a assessoria, a família do indígena solicitou o cancelamento da viagem para Fortaleza, onde havia um órgão compatível à espera do paciente, alegando, após serem informados como ocorria um transplante, que as crenças culturais da etnia não aceitam "mudança de órgãos de um corpo para outro".

De acordo com os registros da Casa de Saúde Indígena (Casai), para onde são trazidos do interior do Amazonas indígenas que precisam de tratamento de saúde, Zico veio para Manaus em fevereiro deste ano. Em junho, médicos do Instituto Tropical solicitaram da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) o Serviço de Tratamento Fora de Domicílio
(TFD) para o indígena, devido ao estágio avançado da doença. Considerando o alto risco de morte do paciente, a Susam marcou a viagem de Zico ao Ceará para o dia 17 de julho. Segundo a assessoria, o indígena voltará amanhã cedo de avião para Santa Isabel e de lá pega uma voadeira (barco motorizado) até sua aldeia.

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