quinta-feira, 14 de junho de 2007

Trumai Ararapã diz que não vendia madeira

Matéria para lembrar que esse índios e mais sete foram presos junto com uma quadrilha que estava cortando madeira dentro do Parque Indígena do Xingu.

Que esses índios tinham aberto o Parque, não resta a mínima dúvida. Mas que eles estão conscientes de fazer parte de uma quadrilha que destruiu tanta madeira, especialmente fora do Parque, lá isso não é verdade.

Já publicamos diversas outras matérias e comentários sobre esse caso, que abre caminho para os índios que vendem madeira serem responsabilizados igual a qualquer um.

E olha que quem está à frente desse caso, no Ministério Público, é ninguém menos que o procurador Mário Lúcio Avelar, que já defendeu a questão indígena em muitos casos, inclusive no próprio Parque, com os índios Xavante e com os Xerente, em outras ocasiões.

O procurador esteve no Parque em 2004, levado por mim, para conversar com os índios sobre diversos assuntos, inclusive este de Ararapã estar vendendo madeira à revelia dos interesses gerais dos demais povos indígenas e ao arrepio da lei.

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Cacique e seu filho negam ter participado de crimes

Patrícia Neves
Da Redação

O cacique Ararapan Trumai e o filho dele Maitê Trumai foram ouvidos na tarde de ontem pela Justiça Federal e negaram a acusação de integrarem um esquema de exploração de madeira retirada do Parque Indígena do Xingu, localizado na região nordeste do Estado do Mato Grosso. O depoimento deles foi acompanhado pelo procurador da Fundação Nacional do Índio, César Augusto Lima do Nascimento e pelo procurador da república, Mário Lúcio Avelar. Ambos estão presos preventivamente no raio 5 da penitenciária do Pascoal Ramos, em Cuiabá, por decisão da Justiça Federal. Além deles, outros quatro índios estão sendo procurados por crimes ambientais, estelionato e formação de quadrilha.

No final do mês passado, a PF desencadeou a "Operação Mapinguari" e apreenderam uma quantidade considerável de toras (peroba, cedrinho e outras espécies) prontas para serem transportadas e negociadas. Foram apreendidos também tratores de esteira e pás-carregadeira. Na operação também foi encontrada e encaminhada para a Justiça Federal uma carreta Scania vermelha e até um cofre, de um dos acusados, além de diversas caixas com documentos.

Quarenta e oito pessoas, entre índios, empresários e servidores públicos de órgãos de defesa do meio ambiente vão responder a processo na 1ª Vara Criminal. Conforme a PF, somente no ano de 2005 a área desmatada do Parque Indígena do Xingu foi de 8 mil hectares, o equivalente a 40 mil metros cúbicos de madeira de lei. O montante seria capaz de lotar 2 mil caminhões. A área total do Parque Indígena do Xingu é de 30 mil metros quadrados e abriga 17 aldeias e dezenas de etnias. A organização criada para explorar os recursos da área contava com a participação de grileiros, proprietários rurais e arrendatários de fazendas.

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